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Tom Jobim por Otto Stupakoff (Acervo IMS) |
“Há um
grande perigo no sujeito que acredita em ideias”, dizia Tom Jobim. Há um grande
perigo no sujeito que apura a escuta em busca da criação de harmonias. Tanto as
ideias quanto as harmonias podem mudar o rumo das águas das estações e o
destino das músicas que vamos ouvir ao longo da vida.
Qual
seria o lugar de criação de um artista influenciado por Debussy, Stravinsky, Ravel,
George Gershwin, Cole Porter, Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Custódio
Mesquita e Dorival Caymmi? Esse homem voltou-se para si nas areias cantantes de
Ipanema, nos caminhos da natureza do Jardim Botânico (o quintal da casa de
Jobim), no silêncio inspirador de Poço Fundo (retiro da família) e nas
possibilidades estrangeiras e artísticas inovadoras de Nova Iorque. Tom dizia
que a cidade “era uma fazenda, mas ficava contente quando alguém o reconhecia”.
Lugares onde ele desbravou o imaginário (a genialidade) de si no outro, nas
paisagens de nossos imaginários e nas criações de canções de câmara, fundo musical
de filmes, música sinfônica, samba-canção, choro e até bossa-nova. Um acervo conquistado
pelo exercício da técnica, pelas parcerias e pela contemplação do mundo que o levaram
a uma sublimação do conceito de boa música.
O
artista Jobim no ser humano Tom-Tom (como era chamado por sua irmã Helena)
representa a comunhão de dois lugares de um mesmo personagem genial. A obra e a
vida de Tom são contaminadas por uma fantasia da ordem da desprivatização, um
conceito apresentado por Norbert Elias em seu estudo sobre o gênio criativo Mozart.
Todo o sentido da arte jobiniana é imbuído da busca de algo que está além de si
próprio: a harmonia musical, o sentido da natureza, a beleza contida nos
meandros da vida de todos nós.
Essa
desprivatização, que também pode ser denominada de sublimação, é a busca da
fantasia na relação com seu material de afeto (a música), em uma dimensão na
qual haja a comunhão entre o artista, o objeto e a sociedade, um encontro de
consciências de intensa ressonância no mundo. Na visão de Elias, “(...) o artista avança por um caminho
pelo qual nunca passou antes, e, no caso do grande mestre, pelo qual nunca
ninguém passou. Os criadores de arte fazem experiências. Testam suas fantasias
no material, no material de sua fantasia que está sempre assumindo novas formas”.
A música que ressoa pelo mundo de Tom é a música que ressoa no acervo sonoro de
todas as tribos. Tudo aquilo que revoluciona, que pretende ser moderno, com o
passar do tempo se torna clássico. E olha que o clássico não para de se tornar
moderno.
A invenção de Tom nas harmonias do Brasil
O
carioca Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim teve dois nascimentos: o
primeiro, na Tijuca; e o segundo, depois de um ano, com a mudança da família,
em Ipanema. Jobim percorre o apuro estético da música clássica e da canção
americana e lança uma arte musical que promove o refinamento dos sentidos e
emoções da alma do homem e da natureza.
A música de Jobim reflete
a delicadeza e as formas harmônicas da paisagem natural. Ela dá voz ao silêncio
das nobres epidermes da natureza e seduz os seres cantantes a entoar canções. A
música jobiniana reflete o afeto e o sentido da paisagem humana. O cotidiano e
a mulher vivem seus momentos de glória. Jacques Morelenbaum descreve assim o
temperamento de Tom: “Era um intelectual que gostava de ir para a banca de
jornal da Farmácia Piauí, no Leblon, bater papo com o jornaleiro. Isso traduz a
música dele. Toda a sofisticação harmônica e, ao mesmo tempo, a melodia de um
cara do povo”. Essas são visões de um paraíso possível, alimentadas por doses
de uísque com Sérgio Buarque de Holanda e pelas sugestões do Carmelo de comprar
uma favela, paraíso materializado em música esculpida. Jobim tornou-se um
clássico das harmonias visitadas.
Tom
nunca comprou uma favela, mas, em 1956, convidado por Vinícius de Moraes, criou
as músicas da peça Orfeu da Conceição,
ambientada numa favela do Rio de Janeiro e apresentada no Teatro Municipal, com
cenários do arquiteto Oscar Niemeyer. Aposto que Carmelo nem sabia disso. Niemeyer
quis entrar nessa empreitada de gênios e testar suas míticas curvas ao som de
canções que celebravam o amor e a beleza das mulheres. Na realidade, pouca
mulher para muito desejo de nossos artistas. Tom também criou uns acordezinhos na
arquitetura, mas a arte da música ganhou mais com suas composições espaciais: sonoridades
que deflagram o espaço e o tempo de uma época.
O mito grego de Orfeu
e Eurídice é revisitado pelos sambas de Tom e Vinicius durante um carnaval
carioca repleto de harmonias e descompassos amorosos. Mais tarde a peça virou
filme, Orfeu negro, sob a direção de
Marcel Camus, e ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e a Palma de Ouro em Cannes. Tom não para
de compor para cinema: suas músicas são verdadeiras sinfonias de imagens cantantes.
Foi até chamado por Glauber Rocha para fazer o papel de Paulo, o poeta do filme
Terra em transe.
Acabou não virando
galã de cinema. As sinfonias de Tom são as sinfonias das cidades, das mulheres
e da natureza que emanam do Rio de Janeiro.
O refinamento
da harmonia vem desde os 13 anos, com a chegada de um velho piano ao qual se
entregou em experimentos e estudos; antes disso, arrumou uma gaita de boca. O piano
acompanhou e formou um artista obsessivo, imbuído de invenção, mas embasado em técnica
musical associada à consciência de artista e de homem de seu tempo. Aliás, os
pianos eram fartos como os charutos, ou menos fartos: dois pianos de armário e
dois de cauda, sendo um da marca Yamaha e o outro Steinway.
Hans-Joachim
Koellreutter (introdutor da música dodecafônica no Brasil), Lucia Branco, Tomás
Tehran e Paulo Silva foram os encorajadores de Tom em sua autoanálise estética,
na qual tentava harmonizar o mundo por meio de obras musicais que não se
transformaram em utopia. A
música seguia o que já se apresentava em estado harmônico, rebatendo a harmonia
da natureza e de seus reflexos no contexto social. E isso se traduz nas
palavras de Elizabeth Jobim: “Com aquele jeito de observar a natureza, a
paisagem, a cor de uma borboleta, ele falava também sobre as cores dos acordes”.
O som do lugar constitui material sensível das partituras do maestro impressionista.
Impressões da peroba do campo, do nó da madeira.
A
sensibilidade aguçada desde menino induziu-o a um estado de quietude profunda
nos caminhos de meditações para além das matas. Jobim tinha que ficar um pouco
sozinho: “Porque eu, quando era garoto, gostava de subir numa árvore e ficar
quieto lá em cima.
Gostava de subir no telhado (...). Tinha um pouco de um caráter meditativo”. O encontro com a música
trouxe a vivência nas árvores e nos telhados da imaginação para a experiência
com a composição: melodia, uma meditação sobre a flutuação dos acordes. Uma
sinfonia de percepções acerca da formação da sonoridade dos lugares. Jobim
precisava se defrontar com a infinitude do tempo presente e desenhar partituras
de um som ainda não audível, de palavras ainda não ditas.
O
sentido da escuta faz parte da visão criativa de Tom. Ele dizia que “todo
compositor compõe de ouvido, a música é uma arte do ouvido, não uma arte visual”,
mesmo que suas canções (sonoridades) sejam impregnadas de paisagens da memória
ou paisagens sugeridas: a criação de imagens brasileiras, um cinema sonoro que
vemos e ouvimos ao nosso redor.
A precisão
econômica da dosagem musical (o mínimo) em prol do máximo de emoção faz de suas
músicas exemplos de uma arte condutora dos estados de espírito do homem pelos
caminhos da inspiração. O silêncio, enquanto intervalo para uma escuta de sons
profundos e elemento de criação, é uma conquista do artista e do homem comum em
sua busca de liberdade, embora Tom lamente os incessantes apelos da propaganda:
“O fato é que as liberdades individuais estão desaparecendo. Inclusive a
liberdade de você ficar quieto, nem essa existe mais. Nem o direito ao silêncio
você tem: se você for à Floresta da Tijuca, tem um sujeito com um radinho de
pilha que está anunciando um produto. E na praia deserta da Barra da Tijuca,
tem também outro radinho de pilha. No carro também tem outro. Em toda a casa
tem uma televisão ligada para dizer que pasta dental você deve usar, que
gilete, que produto você deve vestir. Acho que tudo isso cerceia a liberdade”.
A
quietude é repleta de sonoridades, e ao mergulhar no mar do nada (no vazio) encontramos
sons primordiais que podem se transformar em partituras de intenso prazer e
valor estético musical. A harmonia tão curtida de Tom é um resto de som na luz
da manhã.
John
Cage provavelmente acharia Tom um artista desconectado de seu tempo, um purista
alienado. Mas o olhar harmônico (confortante) de Tom não casava com o olhar
perturbador de Cage, que declarava: “O silêncio não existe”. Para Tom, a
natureza e o coração (os afetos sociais) são o lugar do silêncio, das harmonias
condutoras de estados de graça. Já para Cage, esses estados de graça extrapolam
o lugar paradisíaco jobiniano para sacralizar os sons ambientais inesperados.
Todos os sons, inclusive os ruídos, constituem uma linguagem musical. O
importante é ter uma postura de quem escuta a realidade sonora do mundo. Cage
achava que a música deveria ser uma arte crítica de seu tempo em vez de apenas uma
estética confortante. Tudo é uma questão do lugar da harmonia ou, como dizia
Cage, “a arte é uma espécie de estação experimental em que a gente ensaia viver”.
Mas o barulho incomodava e muito o harmonioso Tom. E o radinho, como era
irritante...
A
experiência com a composição, mais especificamente com o uso da palavra, faz de
Tom um brincante cheio de bossa, investindo nos usos e desusos da língua
portuguesa. Amante da semântica, dos trocadilhos e das invenções linguísticas
de João Guimarães Rosa, ele tece um mosaico instigador de descobertas de um
novo sentido das palavras – uma bossa nova para provocar as certezas do alcance
das palavras musicadas: “é madeira de vento... é o vento ventando... festa da
cumeeira...”. É um sopro de substantivos que joga nos ouvintes uma enxurrada de
palavras expatriadas. Sonoridades buriladas pela troca do lugar usual das
palavras em união estável. Uma orgia semântica fechando o verão.
Com 36
anos Villa-Lobos foi para Paris. Com 36 anos Tom Jobim foi para Nova Iorque. Em
1962, acontece o histórico e imprevisto concerto da bossa-nova (new Brazilian
jazz por lá) no Carnegie Hall. O violão gago (a dissociação entre o ritmo da
voz e do violão) sai do território nacional e mostra uma maneira nova de tocar:
o samba de bossa nova influenciado pela música clássica e o jazz. Tom Jobim,
João Gilberto, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Sergio Mendes levam para o EUA
um ritmo que marca uma ruptura estética com o samba tradicional e que agora
aparece com uma letra mais sofisticada (uma poesia erudita), sob o olhar de
jovens de classe média branca da cidade. A origem de todo esse movimento vem de
João Gilberto, com seu jogo rítmico entre o violão e a voz. A primeira obra com
criações no estilo bossa-nova é Chega de saudade,
de João Gilberto, com arranjos e direção artística de Tom Jobim.
Tom
Jobim e João Gilberto têm em comum a questão do toque sutil. Um toque que
transforma a produção sonora do objeto musical criando novas sonoridades, trazendo
mais potência aos sons criados. Thereza, a primeira mulher de Tom, diz que esse
gesto se denomina touchet, que é uma
maneira de produzir o som com delicadeza. Mas, sem dúvida alguma, é um gesto
resultante da contestação do estabelecido, do apuro técnico, do estudo das
nuances musicais e de suas possibilidades artísticas. Um toque de gênios, de
Midas, criando sonoridades que conduziram a uma nova escuta e à produção de
sensibilidades que foram além de seu tempo. Uma delicadeza fortalecida pelo
domínio técnico e pelas incertezas da criação.
Em
1966, estava Tom no Bar Veloso (atual Garota de Ipanema) quando um garçom, que
não era o seu sósia, avisa que tinha um gringo ao telefone querendo falar com
ele. A princípio, pensando que era um trote, recebe o convite de Frank Sinatra
para gravar o álbum Francis Albert
Sinatra and Antonio Carlos Jobim, com composições e acompanhamento de
Jobim: “Quero fazer um disco com você e quero saber se você acha isso
interessante (...). Você me acompanha ao violão?” Apesar de sua preferência pelo piano, Tom acaba aceitando
acompanhá-lo ao violão.
Esse álbum foi eleito
pela crítica norte-americana o disco do ano de 1967 e estava em segundo lugar
em vendas, perdendo apenas para o Sgt. Pepper’s
Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. O peso artístico do álbum era
inquestionável: Garota de Ipanema, Dindi, Corcovado, Meditação, Inútil paisagem, Insensatez, Amor e paz, e
mais as memoráveis Change partners
(Irving Berlin), I concentrate on you
(Cole Porter) e Boubles, bangles e beads
(Wright e Forrest). Uma voz e canções do mesmo quilate. Dois gênios que se
ajustaram e sublimaram o humor e as agendas. Sonoridades irmãs do primor
técnico e da beleza, levando-nos a voar ao som de Fly me to the moon.
Do interior da casa rumo ao sertão
As
casas de Tom são os lugares da intimidade dos amigos, da família e da
sonorização de seus afetos – canções emblemáticas de um tempo: “Vou fazer a
minha casa/do alto de uma canção/e agradecer a Deus Pai/ a sobrante inspiração”.
A importância da casa em seu percurso de vida não se dá somente na esfera do
afeto (uma casa de oração) e no ato de criação, mas também no tocante à técnica,
em que se faz presente o arquiteto.
Tom participou
ativamente do processo de concepção e construção de suas moradias. Em 1972, as
seguintes especificações foram passadas por Tom ao arquiteto Wilfred Cordeiro
para a construção da casa de Poço Fundo: “O sol da manhã devia bater nas
janelas dos quartos; a parede sul devia ser cega, por causa do vento e das
chuvas de verão; os quartos isolados do chão, para evitar umidade; telhas
coloniais grandes em teto sem forro, pé-direito de sete metros de altura;
degraus nas portas de entrada, para evitar cobras”.
O cuidado e o esmero
com a construção de suas casas são da mesma ordem com que ele constrói suas
canções. São criações nascidas clássicas devido à consciência da harmonia da
casa com a natureza e os afetos e da música com seu passado harmônico e as almas
do povo e da natureza. É a alegria da criação em pé de igualdade com o divino:
“é a viga, é o vão, festa da cumeeira”.
A casa
enquanto sede de suas saídas para olhar o mundo e conhecer a cultura dos
sertões que estão em toda parte. Tom admirava o letrado Guimarães Rosa, que
ousava na apropriação do imaginário do homem simples em suas articulações orais
– palavras que revelam a musicalidade do espírito de um lugar. Ir ao encontro
dos interiores do mundo, onde o acervo genuíno da linguagem e do gesto demarca
o movimento de vozes que transpiram eloquência vital e definem as partituras
das canções.
A
natureza, esta terra das palmeiras onde canta o Matita Perê, está clamando
pelas andanças de homens espirituosos que redescubram a alma do Brasil: “Eu não
trabalho com folclore, mas acredito que nos dias de hoje ainda é possível a um
músico jovem sair daqui do Rio e, em vez de ir para Paris ou Nova Iorque, ir
para o Brasil e através do folclore compor uma obra sólida como é o exemplo do
Villa-Lobos”.
Tom desbravou o mundo
das janelas de suas casas e de vez em quando dava uma saída pelos arredores –
os quintais, até onde aguentavam os seus pés. De qualquer forma sua imaginação
ia bem longe. Afinal, dizia ele: “Há sessenta anos que eu vejo o mico sagui
pulando aí do galho”.
“É um regato, é uma fonte, é um peixe, é um
gesto (...)”: são alguns dos elementos do discurso de Tom em um momento de
celebração da natureza, do interior do Brasil, constituído por um repertório de
canções ecológicas. Chovendo na roseira,
Boto, Correnteza, Passarim, Rancho das nuvens, Nuvens douradas e Águas de
março formam o núcleo Debussy da obra de Tom, devido à relação do músico e compositor
francês com a natureza e às respectivas influências
estéticas de Debussy em seu processo criativo.
No ano de 1972, em um
momento de pouca alegria em sua vida, Tom escreve o poema Águas de março num pedaço de papel de pão, no sítio de Poço Fundo. As
limitações de humor são superadas por um súbito de criação que o leva a
vislumbres de alegria e a promessas de encanto na garrafa de cana e na prata
brilhando: é a chegada de um belo horizonte. As influências para a composição
da obra vêm do término do verão em Poço Fundo, da construção da casa, do episódio da
epopeia sertanista do século XVII no poema “O caçador de esmeraldas”, do mestre
parnasiano Olavo Bilac: “Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada/ Do
outono, quando a terra, em sede requeimada/Bebera longamente as águas da
estação,/Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata;/À frente dos peões
filhos da rude mata,/Fernão Dias Pais Leme entra pelo sertão”. E vêm também do
trecho de um canto de macumba: “É pau, é pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por
cima de tudo”, gravado com sucesso por J.B. de Carvalho, do conjunto Tupi.
Nesse
cruzamento de criação percebemos o diálogo do erudito com o popular, em que se alternam
versos pontuados pelo otimismo e pessimismo. Uma tensão narrativa (harmônica)
de um artista diante da dor do mundo e da revelação semântica que clareia esse
mesmo mundo. Um processo de alquimia entre o cotidiano e a natureza no interior
dos estados d’alma. Um ensaio sobre a poética do humano em intervalos
expressivos e plásticos. “O samba mais bonito do mundo”, pelo olhar de Chico
Buarque.
Uma
criação em tom confessional diante de ingredientes da cultura e da natureza que
se misturam em movimentos de irmandade, resultando em um amálgama afetivo do
estar presente no mundo. Águas de março
é um poema-ensaio sobre os ciclos da percepção (da memória) de um homem sensível,
atento à simultaneidade das experiências do tempo de criação. Rachel de Queiroz
fala sobre os caminhos da canção em sua vida: “Coisa bela, estranha e dura.
Fere o coração com um toque de pedra e depois o afoga na cheia das águas.
Promete e recorda, memória de infância e angústias da força do homem. Num velho
pode suscitar angústias antigas”. Um desabafo, uma elucubração sobre as águas
do pensamento e da emoção.
As canções de Tom estão por aí a embalar o
molejo e a sedução das garotas de Ipanema, a afinar os possíveis desafinados, a
desafiar o Carmelo na procura do paradeiro do sabiá, a clamar pela sempre eterna
Gabriela, a fazer chegar sensatez ao desprovidos de bossa, a iluminar os poetas
a achar um cantinho para tocar violão, mesmo que seja à base de Coca-Cola, e a convencer
o vento a meditar sobre as águas da inspiração.
Texto lindo meu amigo..Amo Tom e me emocionei. Beijos
ResponderExcluirObrigado, Marcia! Tom é um clássico pop! Beijos ...
ExcluirUma primeira leitura foi um passeio com Tom.E que pede um segundo. Vou ler de novo!
ResponderExcluirViaje novamente e depois me diga! Beijos ...
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