Por
uma ética na produção da arquitetura brasileira
Biblioteca Nacional por Jorge Costa |
Pensar a ética no âmbito da
arquitetura e do urbanismo requer a consideração dessa atividade profissional dentro
do universo da cultura ética brasileira. O arquiteto e o urbanista conquistam um
desempenho profissional qualificado quando imbuídos de um espírito de cidadania
pleno e revelador de uma cultura. O exercício da arte e da técnica de forma
integrada e engajada demanda do profissional uma postura permeada por
princípios sociais e políticos que possa contribuir para a formulação de uma
política setorial de ponta.
O projeto “Por uma ética na produção
da arquitetura brasileira” tem como objetivo reconhecer e promover a
importância da ética no exercício da arquitetura e do urbanismo combinado a uma
ação contínua de construção de cidadania brasileira.
O instrumento que orienta a atividade
profissional qualificada do arquiteto e do urbanista é o Código de Ética e
Disciplina, ancorado nos princípios da Deontologia, uma teoria normativa concernente
aos deveres e à moral que integra a Filosofia Moral contemporânea. O código apresenta
duas funções deontológicas: a primeira delas é a função educacional, preventiva
e informativa, que promove a boa conduta em relação à prática da Arquitetura e
do Urbanismo; e a segunda, a coercitiva, enquadra de forma disciplinar os
procedimentos inadequados que ferem os princípios éticos da profissão.
Para
este projeto teremos arquitetos e urbanistas, universidades e a sociedade em
geral para uma discussão sobre o estado atual da ética na produção da
arquitetura e do urbanismo, tendo como foco principal a interface com a
formação profissional, em uma abordagem atenta às obrigações para com o interesse público, o cliente, a
profissão, os arquitetos e urbanistas e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo. A busca de excelência e compromisso
profissionais segue uma trajetória na qual a universidade e os órgãos de classe
têm papel fundamental no processo de formação e disseminação de conteúdo ético.
O objetivo é manter um espaço de
diálogo permanente e democrático que nos permita um redimensionamento do campo
profissional tendo em vista tanto as reais necessidades técnicas e sociais da
cultura arquitetônica e urbanística brasileira, como a possibilidade de a Ética
vir a constituir, de forma estratégica, um acervo profissional que demarca o
processo de construção de capital simbólico.